Penna Prearo: Labirintos Revisitados

O espaço designado pelo  SESC para exposições no Bom Retiro é bastante exíguo, com uma proporção muito comprida e uma das faces aberta para o vazio central interno da unidade. Com pouca superfície de parede para apoio de uma grande quantidade de obras bidimensionais, era necessário construir novos painéis como suporte expositivo. Esta é uma questão recorrente em projetos expositivos e, desta vez, o SESC demandou que as estruturas fossem concebidas de modo a possibilitar sua reutilização em exposições subsequentes.

A série de trabalhos de  Penna Prearo selecionadas para a exposição, parte de sua produção recente, apresenta colagens vertiginosas de imagens sobrepostas que subvertem relações realistas de escala, cor e perspectivas, num modo inusual para a fotografia, daí a sensação de labirinto que está no título da mostra.

Por todas essas razões, não cabia nesse projeto produzir uma ambientação limpa, no padrão convencional do cubo branco, tão presente em galerias e museus de arte. Aqui o partido assumiu a saturação visual das fotografias, criando estruturas vazadas que permitem enxergar diversos painéis numa mesma visada. O percurso, apesar de uni-sequencial, conduz o visitante do início ao fim num caminho serpenteado entre os painéis. Esses, por sua vez, são espécies de chassis vazados que podem ser fechados total ou parcialmente por planos cegos e podem se conectar em conjuntos variados, dependendo do projeto das próximas exposições que os utilizarão.